Fico sempre com o coração mais apertado de cada vez que tenho de partir. Já devia estar habituada, tantas são as vezes que ando de mala às costas numa tentativa de estar sempre perto quando a vida teima que eu esteja longe. Mas ainda não me acostumei... Em todas as vezes que parto fico de estômago colado às costas e com o coração mais pequenino. Seja depois de um ou dois dias, algumas semanas ou muitos meses. É contraditório, irónico até, que alguém que gosta tanto de chegar, veja tantos entraves em partir. É que não existe um sem outro. Mas depois, como que para manter uma espécie de equilíbrio no universo, o céu que devia ser azul, fica cor-de-rosa. E por instantes, por causa de um fenómeno tão belo que parece quase artificial, rasgo-me num sorriso. Então, respiro fundo, relaxo o corpo e penso: mesmo depois da partida mais difícil, há sempre uma nova chegada. De repente, tudo volta a fazer sentido.
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