Nem sempre os filmes mais marcantes são os que mais nos marcam. Por vezes, é a mensagem que mais importa. Foi o que aconteceu depois de ver Brooklyn (numa tentativa falhada de ver todos os filmes nomeados antes que chegassem os Óscares). O filme é simples, conta o que já sabemos e termina da forma mais esperada. Para quem passa por algo semelhante, ainda que a anos luz de distância, é a intenção que fica. Não é fácil deixar o que é nosso para lutar por algo melhor. Seja em que condições for. Abençoada sou eu por continuar tão perto de casa e por estar sempre a voltar. Por nunca ter de dizer adeus, mas poder dizer várias vezes até já. Que sorte tenho por serem 3 as horas que nos separam e por vencer essas 3 horas, às vezes, mais que uma vez numa semana. Tenho comboios, autocarros, carros e aviões que me levam todos os dias, várias vezes ao dia. Mas custa sempre... porque não é a nossa casa, não são as nossas pessoas, não é a nossa vida. E é então que: "te sentes tão doente que vais querer morrer e não há nada que possas fazer em relação a isso. Mas vais conseguir e não é isso que te vai matar. E um dia, quando o sol brilhar, podes não notar logo, mas tudo vai estar a mudar. E aí vais conhecer alguém sem ligação nenhuma ao teu passado, que vai ser somente teu. É aí percebes que é ali que a vida está."
E é por isso que há filmes que nos marcam, mesmo que não sejam os mais marcantes. Porque há filmes que nos relembram o que também vale a pena. A minha vida não está aqui, mas também não está só lá. Tudo isto pelas pessoas que conheci, sem ligação nenhuma ao meu passado, mas que me facilitam de tal forma o presente que, às vezes (e só às vezes) até me esqueço que estou longe de casa.
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