Não há altura nem mais desafiante, nem mais desgastante do
que aquela que atravessamos agora: a
idade do nem, nem. Nem somos estudantes, nem somos trabalhadores. Nem somos
jovens, nem somos adultos. Nem somos solteiros, nem somos casados. Nem somos
sustentados, nem somos independentes.
Nem sabemos bem o que vamos ser, nem o que podemos ser. Às vezes,
nem sabemos o que queremos ser. Mas o tempo urge, os prazos apertam-se, a
pressão começa a ser cada vez mais real. E precisamos de avançar, agarrar
qualquer oportunidade. Entristece-me (só de pensar) que, às vezes, tenhamos até
que desistir. Deixar de lutar! Nem gosto de imaginar isso, mas também nem me
atrevo a deixar de o fazer.
Sonho mais vezes acordada do que devia, mas também lido bem com as desilusões. Nem sou tanto ao mar, nem tanto à terra. Trato esta fase do nem, nem, como ela merece ser tratada. Nem com demasiadas expectativas, nem atirando a toalha ao chão. E assim, nem me desiludo constantemente, nem me surpreendo totalmente. Sou uma nem, nem assumida: em constante desafio e desgastada (mas ainda com muita vontade de sonhar).
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